sexta-feira, 16 de março de 2012

AVALIAÇÕES COMPORTAMENTAIS

Durante o decorrer de tantas postagens, procuramos dar à ação do dado de dobre – aumento da aposta e o aceite e não – como sendo um procedimento técnico baseado principalmente a quantificação das vantagens posicionais uma determinada situação de jogo e até nos servimos do computador para comprovar o acerto desse procedimento de avaliação das chances de vitória.
Apesar disto, não podemos nos furtar em abordar o lado quase folclórico dos fatores emocionais quanto aleatórios que envolver essa invenção diabólica introduzida ao jogo do gamão entre 1926 e 1927 em Nova York, provavelmente num dos clubes de xadrez, cartas e gamão do Baixo Leste daquela cidade, possivelmente o Stuyveso Chess Club, localizado na esquina da 2ª Avenida com 14ª Street, freqüentado por imigrantes judeus e itslianos.
No Brasil, o dado de dobre teria sido introduzido entre 1960 e 1970 no Rio de Janeiro e na Bahia em torno de 1990 por Antônio Sampaio que freqüentava o Habeas Copus, famoso bar da Rua Marques de Leão, Barra.
Sampaio é gaucho e jogava com um amigo de sua terra num hotel, quando ele vinha à Bahia। O referido visitante já usava o dado de dobre e Sampaio assimilou o seu procedimento. Daí comprou um gamão inserido numa pasta de madeira e junto com Marcos Valcur, Cláudio Benevides, Sérgio Neto, Eduardo Carreta, José Humberto, André Kotler e tantos outros, iniciaram o movimento que revolucionou o gamão da Bahia. O autor deste bllog veio a participar do grupo, posteriormente.

Como dizíamos, o lado emocional já pertence intrinsecamente à própria ação de dobrar à medida que ela pode modificar o valor original da aposta de uma partida. Em sendo um aumento de pressão, é um fator emocional relevante, desde que ambos os jogadores são emocionalmente afetados por essa ação. O jogo fica mais tenso, desde que aumentam as responsabilidades de parte a parte na sua condução.
Em sendo um fator emocional, isto significa comportamentos diferenciados de acordo com a personalidade de cada um dos jogadores. Por exemplo, a ação do dado de dobre pode variar conforme sejam os jogadores experientes, calmos ou nervosos, agressivos ou não e mais uma série sem número de formas de ser das pessoas.
Vamos tentar exemplificar as diversas situações:
1) Em se tratando do fator experiência, se estamos jogando com um jogador pouco experiente, podemos arriscar a colocação do dado de dobre antes que tenhamos alcançado o limite de dobrar, o “doubling wiondow”, segundo os americanos, em torno de 75% das chances de vitória e contar que esse jogador passará o dado, entregando o jogo. Inversamente, poderemos nos encontrar com uma superioridade esmagadora e colocar o dado e o jogador pouco experiente aceitar esse dado, entregando dois pontos indevidamente numa dobrada inicial.
De relação à colocação do dado de dobre por parte desse jogador, certamente ele só o fará quando sentir que sua superioridade de jogo é muito forte numa ação retardada que os americanos chamam de “lose market”

2) Já atuando com um jogador experiente, a ação do dado de dobre deva ser rigorosamente dentro dos padrões técnicos de colocação do dado, tanto no que se refere a nossa colocação, quanto da dele.
3) O nervosismo também sugere uma ação comportamental diversa da normal. O jogador nervoso geralmente aceita qualquer dado.Ele não tem paciência de suportar uma partida de longa duração e o dado de dobre não deixa de ser uma forma de encurtar o encontro. Por essa razão, se ainda não estivermos no limite exato de dobrar, o melhor é não usar o dado e se aproveitar de sua ansiedade para colocá-lo nos casos “lose market”.
A mesma ansiedade, faz com que esse tipo de jogador se precipite na colocação do dado o que, geralmente, nos beneficia pela posse do mesmo.

4) Do outro lado da linha, temos o jogador calmo, sereno, cauteloso, o chamado “conservador”. Só coloca o dado com absoluta segurança e precisamos ter o máximo de cautela na aceitação ou não do dobre. De nossa parte, podemos arriscar a colocação di dado antes do limite recomendado e ganharmos alguns jogos com sua desistência.
Classificados alguns dos tipos mais comuns de jogadores, no mais é conseguir idendificá-los entre os participantes de um determinado centro de práticas ou de um campeonato. No primeiro caso, quando os jogadores se encontram nos chouetes e match de quase todos os dias, é fácil avaliar as características de cada um. Nos campeonatos, a exceção dos novatos, o restante é formado dos mesmos jogadores da prática diária. De relação aos novatos, o simples acompanhamento de uma ou duas partidas com outros jogadores, já dá para perceber alguns traços de sua forma de agir na ação do dado de dobre de acordo com seu temperamento.

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