sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

UMA DOBRADA POLÊMICA OU QUASE ISTO


Vimos na partida realizada entre os Jelly-Fiahs que a colocação do dado de dobre na altura do 24º movimento, não obedeceu à regra conhecida no mundo do gamão de que, geralmente, o dado de dobre deva ser colocado quando um dos jogadores estiver com uma superioridade na ordem de 75% ou próxima dela e que a pegada se faça, conseqüentemente, em torno de 25% ou próximo disto.
As Azuis colocaram o dado com a frente apenas de 63.7% e as vermelhas estando com 36.3%. Claro que a diferença entre o recomendado e o realizado é muito grande e por essa razão estamos voltando a esse assunto.
Apenas para relembrar, os limit4es de 75% e 25% na teoria, foram estabelecidos de acordo com os seguintes preceitos:
Inicialmente, em qualquer partida, cada jogador inicia o encontro com 50% de chances de vitória, de acordo com a seguinte representação:

À medida que o jogo vai se desenvolvendo, as chances de vitória vão se alterando. Admitamos assim que um dos jogadores alcançou uma vantagem de 75%, abaixo representada:
Vejamos como é calculada essa vantagem, isto é, a avaliação posicional em um determinado momento de jogo.
5 são os fatores de avaliação, a saber: Prime – Escape –Casas- Ameaça e Corrida. Juntando as primeiras letras de cada fator formamos a palavra PESCAR – fácil de ser lembrada.
A esses fatores são dados valores que variam de 5 a 10 pontos de acordo com a maior ou menor força posicional.
Um programa de computador deve seguir um critério de avaliação semelhante, desde que as vantagens posicionais, em tese, são a mesma coisa. Não pode ser muito diferente. Por mais que busquemos outras razões de avaliação, não as encontramos.
Daí a surpresa que nos assalta quando fazemos a referida avaliação na posição que estamos estudando.
Em PRIME as azuis tem uma vantagem razoável que pode se situar 7 pontos percentuais
Em ESCAPE estão relativamente bem e podem ser dados 7 pontos percentuais.Ainda têm 4 pedras fora do seu bordo interno.
EM CASAS, (fechadas no bordo interno) as azuis não têm vantagem. As Vermelhas tem mais casas fechadas do que as azuis.
Em AMEAÇA também não se encontra muito coisa. As vermelhas estão compactas em seu bordo interno e estão bem ancoradas em 20 no bordo interno adversário.
Por fim em CORRIDA, igualmente as azuis estão em desvantagem (91x98). Não se pode acrescentar nada à seu favor.
Fazendo a soma das vantagens (7+7=14) ela vai se situar em apenas 14 pontos, que somados aos 50% iniciais, chegamos ao resultado de 64% bem próximo aos 63% da avaliação do próprio computador.
E agora? 75% não seria o limite de dobrar e, no entanto, as azuis o fizeram com apenas 63%?
Na postagem, tivemos ocasião de dizer que esse autor tem observado em jogos que realiza contra o computador que este geralmente está dobrando em níveis inferiores a 75% como foi o caso, bem como, ele não aceita o dado quando esta vantagem pertence ao seu adversário.
Estaria certo? É um novo gamão? Novos conceitos?
Antes de aceitar esta nova concepção de valores, vamos recorrer a uma posição posterior do jogo, onde as azuis passaram por sérias dificuldades, dificuldades estas resultantes da posição que as levou dobrar. É a seguinte:
Nesta posição, as vermelhas rolaram incríveis 4x3. Não teve condições de escapulir com sua pedra em 20. Como se comentou, preferiu posicionar em 16 em razão de menor possibilidade percentual de ser batida do que se ficasse em 20. Nesse exato momento a contagem de pontos dos dois jogadores está igualada em 69 pontos, contudo, há de se observar a falha das azuis na casa 20, falha esta que no caso, representa pelo menos 2 a 3 pontos negativos. Porque? Todos os pontos com 5 pelas azuis teriam que movimentar pedras internas, sem possibilidade de retirada.
Em suma, se as vermelhas tivessem ultrapassado a barreira em 13, teria ganho o jogo. Mas aí aconteceu a dobrada milagrosa de 6X6 pelas azuis. Teria sido prevista pelo computador? Só para lembrar esta chance está situada na faixa de 1\36%=0.27%. É mole?

Nenhum comentário:

Postar um comentário