terça-feira, 27 de outubro de 2009

ÚLTIMO ROLAMENTO - SEGUNDA PARTE

Na postagem anterior, falávamos que o acesso ao dado é muito importante. Por que? Pela simples razão de que a partir desse momento, seu oponente ou levará o jogo até o final ou redobrará a aposta. Isto pode significar a perda da própria partida a depender do escore.

Em verdade, é preciso “pensar” o gamão como se fosse uma guerra onde ambos os contendores começam a batalha com 50% de chances de vitória. Meio a meio! Para ganhar, será necessário alcançar pelo menos 75% dessas chances, ao rigor do conceito. Qualquer dos contendores que alcançar esse limite, têm o direito de dobrar a aposta.

Digamos que você alcançou este limite e dobrou. Se seu oponente aceitar a dobrada, você agora terá que obter 100% de aproveitamento para ganhar, enquanto seu oponente 75%.
Parece um contracenso, mas não é. Vejamos porque. Obviamente, a distância maior que você conseguiu fará com que essa empreitada se torne bastante difícil, desde que seu oponente com o acesso ao dado (ele aceitou), levará o jogo até o final. De qualquer sorte, contudo, a dobrada seguiu uma orientação técnica e foi bem colocada.
Problemático é quando essa vantagem é reduzida, por exemplo para algo em torno de 55% contra 45% de seu oponente. Nesse caso, se você dobra e seu oponente aceita, você estará a 45% dos 100% (100-55=45) e seu oponente estará apenas a 30% dos 75% (75-45=30). Agora, você tem mais pontos a alcançar em razão de uma dobrada prematura.

Voltamos, então, a lembrar. O limite dos 75% nas dobradas como nos 77% ou 78% nas redobradas, aplica-se na grande maioria das posições de gamão. Como acabamos de ver, entretanto, esses limites não se aplicam em situações de último rolamento. Nesses casos, é preciso estar pelo menos acima de 50% para que haja a ação de dobrar ou redobrar. O grande problema, repetimos, é avaliar com segurança se a posição a que estamos sujeitos, efetivamente é uma posição de último rolamento.

É o que veremos no próximo diagrama
Rolam as Pretas
A posição acima poderia ser uma posição de último rolamento caso as Pretas rolem qualquer dobrada, contudo, rigorosamente, trata-se de uma posição de dois rolamentos. Em não acontecendo uma dobrada, tanto das Pretas quanto das Brancas, uma probabilidade de 16.6% (6/36=16.6%), cada jogador precisará de dois rolamentos para comer suas pedras. O jogador que rolar primeiro, no caso as Pretas, têm uma grande vantagem porque seu oponente deverá rolar uma dobrada para ganhar.

Vejamos a correta ação do dado na posição acima para ganhar. Pretas podem rolar uma dobrada e ganhar imediatamente ou podem rolar não dobradas e Brancas rolarem não dobradas. Existem 6 oportunidades em 36 para rolar dobradas, restando 30 oportunidades. Assim, as Pretas têm 1/6 de chances de rolar uma cobrada e 5/6 de chances de rolar não dobrada. Esse cenário de vitória poderá ser convertido na seguinte fórmula:

PRETAS ROLAM DOBRADAS OU PRETAS ROLAM NÃO DOBRADAS E BRANCAS ROLAM NÃO DOBRADAS.

Matematicamente, essa fórmula seria expressa assim:

(PRETAS ROLAM DOBRADAS) + (PRETAS ROLAM NÃO DOBRADAS ) x (BRANCAS ROLAM NÃO DOBRADAS).
Ou seja, numericamente: 1/6+5x6 (5x6)
Que é igual......................: (1/6) + 25/36
Que é igual..................... (6/36) + (25/36) = 86%

Assim, Pretas tem 31/36=86% de chances de vitória, bem acima dos 75% necessários para que as Brancas peguem a dobrada. Logo, a correta ação do dado é dobrar/passar.

Lembramos, nesse momento, que a posição estudada não foi de último rolamento e como tal prevalece o princípio do ponto de pegada em 25%. Fosse de último rolamento e uma vantagem superior a 50%, já seria suficiente para a colocação do dado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário