sexta-feira, 30 de outubro de 2009

PURA CORRIDA - AVALIAÇÃO POSICIONAL DOS BORDOS INTERNOS

Importante observação precisa ser feita na avaliação das puras corridas. Trata-se da distribuição das pedras nos respectivos bordos internos. Para tanto, precisamos voltar ao diagrama seguinte:

Na posição acima, as Pretas estão com 52 pontos e as Brancas com 55, uma diferença de apenas 3 pontos e, como tal, de princípio, não dá para dobrar (3/52=5.76%), muito abaixo do limite de dobrar. Contudo, há um detalhe na formação das Brancas que precisa ser considerado: a sua casa 4 (21) está despojada de pedras.

Isto significa que todas as quadras que as Brancas rolarem, forçosamente elas terão que movimentar uma pedra ou da casa 6(19) ou da casa 5 (20), perdendo a oportunidade de comer.

Claro que isto é uma desvantagem ou melhor, uma grande desvantagem, que precisa ser quantificada pelas Pretas no processo de decisão se deva ou não dobrar. Como fazer esta quantificação, é o que veremos agora.

Contam-se quantas pedras Brancas existem entre as casas 6 e 5 (10 e 20), casas estas anteriores ao buraco existente na casa 4 (21) e divide-se seu total por 2.

Como são 7 pedras e dividindo-se este número por 2, teremos 3.5 pontos. Somam-se estes pontos à contagem da pura corrida das Brancas que era de 55 pontos. Elas passam a ter 58,5 pontos. Como as Pretas possuem 52 pontos, a diferença sobe para 6.5 pontos que, calculados sobre a menor vantagem que é 52, vai nos dar um percentual de frente de 12.5 (6.5/52=12.5), mais do que suficiente para dobrar e as Brancas passarem.

O que era, inicialmente, apenas 5.76% de frente, transformou-se em impressionantes 12.5% nos cálculos de correção posicional do bordo Branco.

Mas, agora, façamos uma alteração na posição das Brancas: se em vez de um só buraco na casa 4 (21), também houvesse outro na casa 3 (22), assim:

Neste caso, os cálculos de avaliação da estrutura posicional das Brancas deveriam ser os mesmos do exemplo anterior? Não nos parece justo! Afinal de contas, Brancas além de falharem com todas as quadras, agora também falharão com todos os ternos, devendo movimentá-los das suas casas mais altas.

Por esta razão, há quem defenda outro sistema de avaliação nos seguintes termos:

Contam-se quantas pedras existem nas casas mais altas (6 e 5). No caso, são 8 pedras. Divide-se seu total por 2 (8/2=4).

Soma-se este número (4) ao total da contagem de pontos das Brancas que era de 55 pontos para o caso específico da casa 4(21). 55+4=59.

Em seguida acrescenta-se mais 4 pontos a este último total, referente às falhas que poderão acontecer no rolamentos de ternos. Logo 59+4=63.

A diferença passa a ser de 8 pontos que divididos da menor contagem (52), teremos uma frente posicional de 15.38%, mais do que suficiente para dobrar e passar.

Como se pode reparar, os dois resultados diferem de 13.46% para 15.38%, uma diferença de 1.92%, absolutamente justa por culpa da existência de dois buracos.

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